sábado, março 24, 2007

Retiro no Deserto: Dança Oriental, Percussão e Voz em Marrocos


Despertar dos Sentidos
Retiro/expedição no DesertoMarrocos
Dança Oriental, Percussão e Voz
2 a 10 Junho
Iris, Baltazar, Helena Madeira

DESPERTAR DOS SENTIDOS
Viajando por entre a simplicidade, neste retiro atravessaremos os cinco sentidos, os cinco elementos, despertando o olhar para cores além da cor, respirando as essências secretas do ar, caminhando por entre a terra suave do deserto, transformando farinha e água em pão unindo as nossas mãos às mãos berberes, ouvindo a melodia do vento, da voz, do coração, saboreando cada instante plenamente, deixando-nos levar, trilhando todos os sentidos simplesmente ocultos…
Cada dia trabalharemos um elemento específico: água, terra, fogo, ar, éter, partindo dos costumes Árabes, integrando sucessivamente todos os elementos num processo criativo profundo, ao mesmo tempo tradicional e único.
Explorando três técnicas específicas: Percussão, Dança Oriental, A voz do corpo, bem como a fusão destas três formas de expressão artística.

Dança Oriental : Folclore e Danças Rituais
A Dança Oriental atravessou séculos e civilizações, abrangendo uma área geográfica vasta composta por inúmeras e diversificadas tradições. Os seus gestos têm origem na observação da Natureza que rodeia o ser humano, o movimento do vento, das marés, dos astros, a terra que cria e transforma a semente, os ramos ondulantes das árvores, as asas esvoaçantes dos pássaros, o corpo suave das serpentes … Bem como na natureza do próprio ser humano: o corpo cíclico que a fertilidade concede às mulheres, os gestos diários simples. A que dança, a que cura, como uma árvore, ponte entre a terra e o céu onde convergem e se alquimizam todas as forças entre a impetuosa energia criativa da raiz e a sublime transcendência do espírito.
Assim, neste retiro atravessaremos danças tradicionais do médio Oriente , folclore e danças rituais. Do Egipto a Marrocos, passando pela Turquia, deixaremos que o som do bendir, tar, riqq e darabouka (percussões árabes) se transformem em movimento.
Dança do Cântaro, Egipto: a água e o útero
Saidi, Balady e Hagalla, com bastão e sagats (Egipto): a terra, o toque e a raiz
Danças com velas: o fogo na noite, o sentimento ardente
Dança Nuba (Egipto): os pássaros e ao ar
Danças Berberes
Danças de cabelo: Khalegee, Zaar e fusões
Giro de inspiração Sufi
Em cada sessão exploraremos o aspecto tradicional, histórico e musical de cada dança, bem como o aspecto arquétipo do elemento e sentidos a desenvolver no trabalho criativo.Compreendendo o sentido de cada gesto e deixando que se mescle com a essência de cada uma de nós, improvisaremos, criaremos individualmente em conjunto, porque a dança, a música e o canto são celebrações em família…

A Voz do corpo
Encontro entre a consciência corporal, a meditação, a respiração e a voz.
O conhecimento da Voz como um instrumento orgânico integrando a pesquisa da anatomia e do funcionamento do corpo, através de exercícios que permitam consciencializar, mas sobretudo sentir este instrumento. A Voz do Corpo” destina-se a quem queira escutar o corpo e quem, através dele, se queira exprimir e não a quem queira aprender a cantar. A expressão vocal livre, sensorial nasce naturalmente de um processo centrado na respiração e no respeito do corpo.
«Esta sou.Balanço em torno da linha do EIXO.O AR dança com os meus ramos e folhas.
A ÀGUA massaja a pele. O tronco enterra-se na TERRA e liga-me às raízes-FOGO.
Inspiro e, dentro de mim vibra a VOZ que trespassa os poros e me liga ao Todo.
Expiro e, sou espiral de Som e Movimento.”

Percussão Árabe
A terra palpita sob os nossos passos, o coração responde, vibrando, cada gesto se repercute em som.
A percussão árabe transmite não somente uma forma de interpretar a música, mas sobretudo uma forma de transformar o sentimento em música. A partir da darbouka e dos ritmos tradicionais Árabes (malfouf, maqsoum, ciftitelly, ayoub, saidi, warda, enter outros) despertaremos a audição e o toque, para que a alma se expresse em ritmo.

Programa - O Despertar dos Sentidos
Dia 0 Saída de Lisboa, às 20:00 com destino a Algeciras.
Dia 1 Passagem do Estreito de Gilbraltar. Dia livre e dormida em Chefchaouen, cheia de contraste de cores.
Dia 2 Almoço e passeio pela labiríntica Medina da cidade imperial de Fez. Destino a Azrou pequena vila à entrada da Floresta dos Cedros.
Dia 3 Saída de Azrou pela Floresta dos Cedros em direcção ao Sul, através do famoso Vale do Ziz. Chegada a Merzouga, no Sahara, onde os Berberes nos esperam com muita musica e dança.
Dia 4 Viagem de camelo em direcção ao Deserto do Sahara. Jantar e dormida em plenas dunas. As estrelas serão o fogo de artifício nas noites repletas de fortes emoções.
Dia 5 Passeio de Jipe em pista de areia pelo Erg Chebbi, até à aldeia de Berberes Negros, com muita música e chá. Entrega de material escolar na escola local.
Dia 6 Saída de Merzouga com passagem pelas maravilhosas Gargantas do Todra e destino a Ait-Benhaddou, vila escolhida pela UNESCO como património mundial.
Dia 7 Saída com destino a Marrakech atravessando as imponentes montanhas do Grande Atlas. Jantar na mística praça Jema-el-fna.
Dia 8 Dormida na vila piscatórias de Asilah, que em tempos foi Portuguesa
Dia 9 Saída com destino a Portugal.

Condições:
valor: 970€
Este valor inclui:
- viagens Lisboa/Marrocos/Lisboa
- todas as deslocações dentro de Marrocos
- Estadia
- Alimentação em regime de pensão completa
- Curso com os três formadores
Vagas limitadas!
Data limite para confirmação da inscrição: 10 Maio

Informações, reservas, inscrições:
Ágape: Cristina Coelho 213 856 217 965 740 326 919 393 113

Informações acerca do programa temático:
Íris: 96 514 39 73 Baltazar: 96 332 70 95

Nós:
Íris
Para além da sua formação em teatro, literatura, Dança Contemporânea e Moderna, Íris encontra na Dança Oriental a sua forma Orgânica de expressão. O seu trabalho compreende uma pesquisa pessoal profunda que abrange Dança Clássica Egípcia, Danças tradicionais folclóricas e rituais do Médio Oriente, danças ciganas do mundo, Flamenco, Dança Indiana, Yoga, Meditações estáticas e dinâmicas e Dança Contemporânea.A sua formação passou por mestres como Shokry Mohamed, Myriam Szabo e Farida Fahmy, que inspiraram uma profunda aprendizagem simultaneamente ao nível técnico e humano. Dançou com Myriam szabo e as Salamantra, acompanhou os grupos «Les Aminches» (França), «Ciganos d’Ouro» (Portugal), entre outros . Participa, e produz o espectáculo «Danças de Negro» com Paula Lena (Argentina). Participa nos espectáculos de Hossam Ramzy, Jillina e Sharon Kihara (Bellydance Superstars), em Lisboa.Actualmente colabora com o percussionista Baltazar Molina (Dazkarieh). Faz parte do grupo «Rosa Negra», dançando o seu trabalho de estreia «Fado Ladino».Desenvolve um trabalho de pesquisa de movimento pessoal, baseado na integração de arquétipos mitológicos ancestrais na expressividade da Dança, e no interno espaço sagrado que a dança proporciona. Uma força espiral, girando, simultaneamente, para o interior e para o exterior. Poesia de vento e pele, inspiração de Luar…

Helena Madeira
O seu percurso como ser humano contempla dez anos de dança (moderna, contemporânea, africana e, recentemente de uma forma mais aprofundada, a dança oriental); trabalhos intensos em pesquisa teatral; Estudo da Voz enquanto instrumento orgânico e colaboração em projectos de intervenção social onde procura desde sempre uma abordagem elástica com várias vertentes artísticas que, sirvam os objectivos sociais do indivíduo/criança.Destaca os encontros com Sofia Neuparth e Howard Sonenklar na pesquisa do Movimento e no estudo do Corpo; Fernando Nogueira e António Feio no trabalho teatral; Fernando Serafim na Voz e Chullage na intervenção Social. Actualmente, colabora como cantora em vários projectos musicais, estando também a preparar um espectáculo performativo que atravessa diversas áreas de expressão na análise da temática do “Ritual” mas também, a trabalhar repertório tradicional português.Do ponto de vista académico é licenciada em Antropologia e em Língua e Literatura Italiana.

Baltazar Molina
Baltazar iniciou os seus estudos musicais em 1996, em guitarra clássica, tendo em 1998 descoberto a Darbuka, uma percussão cilíndrica usada em países como o Egipto, Turquia, Grécia e algumas regiões dos Balkans. A Darbuka tornou-se desde então o seu principal instrumento, juntamente com uma profunda paixão pelo «modo Egipcio» de sentir a música Árabe. Este modo veio, na verdade, ajudar a desenvolver o seu próprio sentido de expressão de sentimentos através do instrumento que toca, para além da smples performance (com sentimento). Desde então, muitos forma os encontros, com diversas e ricas pessoas e situações que o ajudaram a manter viva e luminosa a chama da paixão. Pessoas como Shokry Mohamed (Las Pirámides – Madrid), Myriam Szabo (Bélgica), Íris , Atef Mitkal Kenawy (Musicians of the Nile), David Lacerda e Ricardo Passos e diversos projectos musicais como os Dazkarieh, Orquestrinha do Terror, Siddhartha, Les Aminches, Ensemble de Musica Árabe do Porto, Ensemble Moçarabe, Baruk Trio, Rosa Negra, entre outros. Outros instrumentos que o acompanharam nesta viagem expressiva: Tar, Riqq, Cajon, Adufe, guitarras e pedais de efeitos.