terça-feira, dezembro 18, 2007

Bharata Natyam: Dança Clássica do Sul da India, aulas regulares 2007/2008


Bharata Natyam:
Dança e Música Tradicional do Sul da Índia
Tarikavalli

Aulas regulares:
Sábados
Crianças: 11h Adultos: 12h
CDO
Palácio Ribamar, Algés
Eléctrico 15, comboio Cais do Sodré/ Cascais

Informações:
936 542 805
tarikavalli@netcabo.pt
Consulte: www.madrugada-cigana.com/tarikavalli

O que é o Bharata Natyam?
De acordo com os livros sagrados da Índia, a dança tem uma origem divina.
Parvati inventou a graciosa dança «lasya» e o seu esposo Shiva-Nâtarâja, o rei da dança, rivalizou com ela com o modo viril «tandava». O espectáculo encantou todos os deuses, os quais pediram a Brahma, o Criador, que revelasse alguns elementos deste conhecimento entre os homens.
Brahma ensinou-os ao sábio Bharata, que os codificou num tratado em sanskrito: o Nâtya-Shâstra, há cerca de 2000 anos. Refere-se, geralmente, que terá sido escrito entre o séc. II a. C. e o séc. II d. C. O sábio Bharata é, sem dúvida, um ser mítico: o seu nome, segundo os historiadores modernos, será composto pela primeira sílaba das palavras «bhâva», «râga», e «tâla», que significam: emoção, melodia e ritmo, as três qualidades essenciais da dança na Índia.
O Nâtya-Shâstra, considerado como o quinto Veda, é uma obra enciclopédica que reúne todos os conhecimentos relativos à dança, ao canto, à música, à poética, à recitação e à arte do teatro.
Diferentes regiões da Índia desenvolveram o seu próprio estilo clássico. O Bharata Natyam, no sul, é um dos mais antigos. Tendo permanecido fiel às regras enunciadas no Nâtya-Shâstra, dividiu-se em vários ramos, tais como a célebre escola de Pandanallur (aldeia situada perto de Tanjore, Tamil Nadu). Saído desta escola, o mestre Natyakalanidi Meenakshi Sundaram Pillai foi uma figura essencial na renovação desta dança nos anos 40. Ele é descendente dos quatro irmãos Tanjore (Quarteto Tanjore Brothers) que fixaram a forma do recital de Bharata Natyam tal como o podemos ver hoje em dia, do Alaripu ao Tillana. Entre os seus discípulos, é de referir Ram Gopal, que se destacou pela sua carreira internacional, bem como o casal U.S.Krishna Rao e Chandra Bhaga Devi, célebres pelos seus escritos e composições.
Actualmente, os mestres continuam a dar vida ao Bharata Natyam, criando coreografias e novos passos, de acordo com os cânones tradicionais. Todas as danças são dedicadas a divindades; elas representam cenas das suas vidas: os seus reveses, os seus combates com os demónios, as histórias glorificantes dos seus devotos...
As Devadasi (Servidoras da Divindade) interpretavam estas danças nos templos, numa sala que lhes estava consagrada. Tratava-se de uma oferenda ritual aos deuses. As Devadasi transmitiam esta arte entre si, de mãe para filha. Nos nossos dias já não se dança nos templos, mas o ensino de mestre para aluno continua a estar sob a protecção dos deuses. O repertório musical é constituído por trechos de textos religiosos ou composições de grandes poetas, santos ou místicos.
A bailarina é tradicionalmente acompanhada por uma orquestra composta por um mestre de dança, que marca ritmicamente os passos com pequenos címbalos e que recita as sílabas rítmicas, por um cantor, por um percussionista (mridangam), por um instrumentista de cordas (vina ou violino) e por um flautista.
O Bharata Natyam caracteriza-se por linhas simétricas e geometricamente perfeitas, por voltas, saltos, deslocamentos por todo o espaço cénico e golpes com os pés que marcam ritmos complexos. À técnica pura acrescenta-se o abhinaya: expressões da cara acompanhadas de gestos das mãos (hasta) e posturas do corpo (anga) para interpretar os poemas e os hinos cantados.
Pode ler-se no tratado ABHINAYA DARPANAM, o «Espelho do Gesto», o seguinte: «Où va la main l'oeil la suit; là où va l'oeil, va l'esprit; là où va l'esprit se trouve le coeur; là où se trouve le coeur est la réalité de l'être». Esta realidade interior é despertada, não só na bailarina, mas também nos espectadores. Esta arte, que se confunde com o sagrado, restitui ao homem o sabor da sua origem. Tudo na dança da Índia remete para o Significado, para o ensinamento profundo, juntamente com o prazer estético e a alegria que desperta.
NOTA: Actualmente, o Bharata Natyam é interpretado tanto por homens como por mulheres, com determinadas variantes técnicas.

Tarikavalli inicia a sua formação artística com o estudo do ballet clássico, aos oito anos de idade, no Conservatório de Bondy (Paris), sob a orientação da professora Sonia Goudal. A partir dos dezanove anos ingressa na escola de dança «Paris Centre», onde se forma em dança contemporânea, com Françoise Granier, até aos vinte e três anos. No ano seguinte estuda Hatha Yoga com a mestra Liliane Arlen na Escola Pleyel (Paris).Aos vinte e quatro anos inicia-se na arte do Bharata Natyam com Smt Amala Devi (professora convidada da Ópera de Paris), na Universidade La Sorbonne-Paris IV. A descoberta desta dança clássica indiana iria ser decisiva na evolução da carreira artística de Tarikavalli. Após vários anos de trabalho intensivo, Smt Amala Devi envia Tarikavalli ao célebre casal de bailarinos-coreógrafos U.S.Krishna Rao e Smt Chandrabhaga Devi (discípulos de Meenakshi Sundaram Pillai) em Bangalore.
De 1991 a 1997, Tarikavalli constrói um vasto e complexo repertório no seio da escola «Maha-Maya», fundada e gerida pelo referido casal. A partir de 1993, inicia a montagem das suas primeiras criações em Paris. Em 1994, começa a redigir as traduções literais dos textos das suas coreografias, com Smt Vasundhara Filliozat. Em 1995, realiza o seu Arangetram (espectáculo/exame final) em Bangalore. Em 1996, recebe uma bolsa de estudo do Governo indiano. Em 2000, conhece Sri Dayalasingam (discípulo de Adyar K. Lakshman), mestre de dança, em Paris. Prossegue a sua formação, com o seu acompanhamento, e participa nos espectáculos da companhia do referido mestre, «Narthanalayam».
Paralelamente, desenvolve a sua carreira a solo, tendo dado inúmeros recitais por toda a Europa e pela Índia.Em 2001, funda a sua escola de dança «Amrita», em Bobigny, e realiza regularmente cursos e workshops em França, e Portugal. Em 2004, cria um espectáculo interactivopara o público jovem « Voyage à dos d’éléphant » (Viagem às costas de elefante) tendo por objectivo iniciar e sensibilizar as crianças à dança e à musica da Índia. Em 2006, Tarikavalli é habilitada pelo reitorado de Paris a trabalhar no meio escolar .